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Maceió,17/05/2024

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Contra indicação de Lira, movimentos mantém ocupação do Incra em Maceió

Para MST, CPT e outras cinco entidades, o novo chefe do Incra AL 'representa a continuidade do bolsonarismo no órgão'

jornaldealagoas.com.br
Contra indicação de Lira, movimentos mantém ocupação do Incra em Maceió Ocupação da sede do órgão por cerca 400 camponeses de sete organizações está no quarto dia - Foto: MST/AL
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Após movimentos pressionarem por mais de um ano por demissão de primo de Lira do Incra, novo superintendente é também indicado pelo presidente da Câmara - Delanisson AraújoApós reunião sem acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), movimentos de trabalhadores do campo anunciaram nesta quinta-feira (2) que a ocupação da autarquia em Maceió (AL) seguirá. A tomada da sede do órgão por cerca de 400 camponeses de sete organizações está no quarto dia.

O protesto contra a desestruturação do órgão e a morosidade de políticas de reforma agrária tem como demanda principal a troca do recém-empossado superintendente do Incra de Alagoas. Junior Rodrigues do Nascimento foi indicado por Arthur Lira (PP-AL). Nascimento ocupou a vaga de Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara dos Deputados, nomeado também por intermédio dele.

A exoneração do familiar de Arthur Lira – que assumiu o cargo ainda na gestão de Michel Temer (MDB), passando por todo o governo de Jair Bolsonaro (PL) – era reivindicada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o início deste mandato do presidente Lula (PT). Após mais de um ano de pressão, a substituição foi atendida no último 16 de abril, durante a tradicional jornada de lutas do MST – mas não satisfez.

Na última segunda-feira (29), então, a sede do Incra em Maceió foi ocupada por membros do MST, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Popular de Luta (MPL), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Terra Livre e Frente Nacional de Luta (FNL).

Em nota, as organizações afirmam que a ocupação visa "pressionar o governo federal para que retome as políticas de reforma agrária em Alagoas". Destacam, ainda, que o nome de Júnior Rodrigues do Nascimento "representa a continuidade do bolsonarismo no órgão".

Após a exoneração de César Lira, quem assumiu como substituto do superintendente durante alguns dias foi o engenheiro agrônomo e servidor de carreira José Ubiratan Rezende Santana, nome defendido pelo MST para assumir o cargo em definitivo. A configuração durou, no entanto, pouco mais de uma semana. No dia 24 de abril, Ubiratan foi dispensado.

Antes de se tornar superintendente, Nascimento estava à frente da Naturagro, uma ONG que desde 2020 presta serviços ao Incra. O mais recente acordo de cooperação técnica foi firmado no último 11 de março.

"Sem avanços", ocupação segue


Uma reunião entre os ocupantes e representantes do MDA e do Incra ocorreu na tarde desta quarta (1). "Foi apresentada uma pauta com seis pontos e, por não termos avanço, decidimos manter a ocupação", salienta Margarida da Silva, da coordenação nacional do MST.

"Por esse motivo, as organizações permanecem cobrando do governo federal que a reforma agrária em Alagoas precisa avançar. Para o desenvolvimento dos assentamentos, a criação de novos assentamentos. Temos acampamentos em Alagoas há mais de 20 anos esperando um pedaço de terra para poder trabalhar", ressalta Silva.

A reportagem pediu um posicionamento a ambos os órgãos, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto e o texto será atualizado caso haja um retorno. Na ocasião da ocupação do imóvel, o MDA informou ao Brasil de Fato que "não faz acordo de cargos com movimentos sociais".

A pasta que abriga o Incra disse ainda que "a orientação a todos os gestores é para que tenham um bom diálogo com as representações do campo sobre as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar e a reforma agrária".

Já os movimentos, em nota divulgada nesta quinta-feira (2), afirmam que não sairão da ocupação pois "exigem representatividade política para dar prosseguimento às demandas da luta pela terra e território".

"Estamos aguardando posicionamento do ministro Paulo Teixeira (PT) e do presidente nacional do Incra [César Aldrighi] sobre quais são os passos que vão dar com a reforma agrária em Alagoas neste novo momento que estamos vivendo", afirma Margarida da Silva, do MST.

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