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Maceió,27/07/2024

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Adolescente sertanejo diagnosticado com Leucemia no Hemoal realiza transplante de medula óssea

Acometido por aplasia medular, doença que afeta a produção das células do sangue, Kauanderson Bezerra Mendonça esperou seis meses até receber o transplante do pai

secom/AL
Adolescente sertanejo diagnosticado com Leucemia no Hemoal realiza transplante de medula óssea Wendel Salviano Mendonça diz que o maior presente de sua vida foi poder ter feito a doação de medula óssea para curar o filho Fotos: Olival Santos / Ascom Sesau
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“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. A frase, que é um dos trechos do livro “Os Sertões”, escrita pelo célebre autor brasileiro Euclides da Cunha, pode ser aplicada ao pequeno Kauanderson Bezerra Mendonça, de 12 anos, natural de Santana do Ipanema, no Sertão alagoano. Isso porque, ele enfrentou uma via-crúcis de dores e incertezas, mas, conseguiu ser submetido a um transplante de medula óssea, após ter sido tratado no Hemocentro de Alagoas (Hemoal), onde foi diagnosticado com aplasia medular, doença que afeta a produção das células do sangue.


O sofrimento dele durou seis meses, entre várias internações e diversas infecções, até que, finalmente, o transplante de medula óssea foi realizado em Recife, capital pernambucana, aumentando a identificação entre Kauanderson Bezerra Mendonça e os personagens de “Os Sertões”. Se na obra prima da literatura brasileira, Euclides da Cunha retrata a força do sertanejo para superar a seca severa, no caso do adolescente do Sertão alagoano, a luta travada foi contra o tempo, para encontrar um doador compatível e se recuperar do processo infeccioso, condição exigida para realizar o transplante de medula óssea.  


E como o destino de Kauanderson Bezerra Mendonça era vencer a aplasia medular, após inúmeros cadastros de potenciais doadores de medula óssea no Hemoal, eis que seu pai, Wendel Salviano Mendonça, apresentou compatibilidade com o filho. Neste momento, as incertezas deram lugar à esperança, após trilhar um caminho árido de expectativas e medo, além de fortes dores, que mais pareciam causadas por espinhos dos cactos encontrados na caatinga sertaneja, onde o garoto cresceu e aprendeu a lutar pela vida.


Finalmente o transplante foi realizado, Kauanderson Bezerra Mendonça se recuperou e, agora, devido ao tratamento que enfrentou, ainda recebe transfusões de sangue coletado pelo Hemoal, já que sua imunidade ainda está baixa, além de ter o compromisso de fazer acompanhamento médico durante os próximos 5 anos. Mas o tempo de incerteza e sofrimento ficou no passado e, ao lado dos pais e da irmã, ele sabe que no Sertão há seca, mas o tempo agora é de florescer e colher os frutos de muita luta, do transplante realizado e das várias viagens entre os percursos Santana do Ipanema/Maceió e Santana do Ipanema/Recife.


“Foi muita luta e muito sofrimento, mas hoje o Kauanderson é sinônimo de esperança para quem espera por um transplante de medula óssea. Quando ele começou a aparecer com manchas roxas na pele, não desconfiamos de nada, porque ele sempre foi saudável, não reclamava de dores e não tinha febre. Mas o sinal de alerta só acendeu quando ele começou a apresentar manchas cada vez maiores e por várias partes do corpo, fazendo com que procurássemos assistência médica e, após exames, descobrimos que ele estava com as plaquetas muito baixas e precisaria receber sangue doado ao Hemoal”, recorda a mãe do garoto, a dona de casa Jaciane Maíra Bezerra, agora apresentando um semblante de alívio.




Para Wendel Salviano Mendonça, pai de Kauanderson, a sensação é de alívio, pelo fato de ter salvado a vida do filho e de vê-lo atualmente bem. “Para mim foi o maior presente do mundo. Todo dia eu pedia a Deus para a minha medula ser compatível com a dele. É um sentimento muito bom. É algo fantástico”, relata o provedor da família, que cai aos prantos todas as vezes que fala da vitória alcançada pelo filho, que correu o risco de perder a vida, caso não encontrasse um doador de medula óssea compatível.


Loteria 

E o risco de não encontrar alguém que pudesse realizar a doação era grande, uma vez que, segundo a médica hematologista do Hemoal, Verônica Guedes, encontrar um doador de medula óssea para um receptor é como ganhar na loteria, uma vez que, em um universo de 100 mil pessoas, apenas uma delas terá o código genético compatível com um paciente que precisa do transplante. “O Kauanderson teve muita sorte, porque chegou ao Hemoal muito debilitado e, após ser submetido aos exames de mielograma e a biópsia, finalmente o diagnostico foi fechado e começamos uma luta contra o tempo para encontrar um doador que tivesse compatibilidade”, relembra a especialista.


Para se candidatar a doador de medula óssea é necessário estar com boas condições de saúde, ter entre 18 e 35 anos, além de portar documentos como CPF ou RG, e um comprovante de residência e comparecer a uma das unidades do Hemoal. No momento do cadastro, o voluntário preenche um formulário e faz a doação de 5 ml de sangue, cuja amostra é submetida a um exame laboratorial para obter o código genético. Atualmente no Brasil 5.752.847 pessoas estão cadastradas no Registro dos Doadores de Medula Óssea (Redome), sendo 63.731 pessoas que realizaram o cadastro em Alagoas. 


Através do código genético, é feito um cruzamento com os dados do Cadastro de Receptores de Medula Óssea (Rereme), com o objetivo de constatar se o voluntário é compatível ou não com algum dos pacientes que necessitam de uma doação. Na maioria dos casos, as pessoas que necessitam de transplante de medula óssea, são pacientes acometidos por leucemia, doença conhecida como câncer do sangue, além de aplasia medular. 




Doação

E se o voluntário que se cadastrar e for compatível geneticamente com um receptor, ou seja, um paciente que precisa do transplante de medula óssea, exames complementares são realizados. Ao se constatar a compatibilidade, o potencial doador é convocado para realizar o procedimento, onde todos os custos serão financiados pelo Ministério da Saúde (MS), uma vez que o transplante de medula óssea não é realizado em Alagoas.

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